
Mudança
Estou de mudança
Não de casa, rua, bairro ou afins
Estou de mudança de mim
Empacotando todas as velharias
Um museu talvez gostaria
Lágrimas engarrafas
Poesias empoeiradas
Sonhos mofados
Desejos quebrados
Se nenhum museu os quiser
Deixo-os numa estrada qualquer
Mas de velharias
Sempre fica uma lembrança da qual se ria
Deixo a em folhas de papel
Que não amargam nem escorrem mel
Deixo-a em cima da escrivaninha
Para que quando eu me for não sinta a dor minha
Fecho a porta de um coração que foi vazio
E agora de tão cheio não cabe dor ou frio
Vou sem rumo, aqui, ali ou nos confins
Finalmente fiz mudança de mim!
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