“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Palavra do Dia!

Contos de fadas

Princesa do mar
pequena sereia
cabelos de sol
os olhos de estrela
dorme pequena
bela adormecida
tua fada madrinha
te vela e te guia
Vela teu sono
Eterno e terno
Cinza e poeira
Cingem a ela
Tão boa menina
É a cinderela
surge um sonho no coração
com um agito de varinha
sai a empregada
surge a rainha
Labios de rubi
Pele alva que não se mede
um espelho que encantado
revelou
A mais bela é branca de neve.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Palavra do Dia!

O menino e a gravata borboleta

Vou lhe dizer vou lhe contar
e o que vou dizer, eu juro
que não estava a sonhar
andando pela rua
mais agitada do que nunca
vi figura engraçada
pensei: Que palhaçada
só então resolvi reparar
chapéu coco na cabeça
bengala na mão, a direita
era um menino
de gravata borboleta
Esfreguei os olhos
pra garantir que era verdade
ou se era a minha insanidade
mas lá estava o rapazote
que não tinha nem um traço de bigode
invisivel aos olhos dos outros
transeunte ocupados, como não repararam
em curiosa criatura?
chapeu coco na cabeça
bengala na mão, a direita
era um menino
de gravata borboleta
viajante do tempo
em cidade de corações miudos
e ao som de jazz ao fundo
vou repetir para que não esqueça
do menino e sua gravata borboleta

Palavra do Dia!

Menina de tranças

Menina de trança
entra na roda
gira,encanta
finge que é cigana
bate o pé no chão
agita os braços
circunda, cintura
bate as mãos em palma
faz meu peito tremer
e acalma
menina de trança
solta a voz em canção
me abre as portas
do teu coração
cobre de beijos, do poeta
a fronte
que te ama e anseia
beber-te na fonte
menina, menina de trança
faz-se em ti minha esperança.

Palavra do Dia!


A última estação

Pode descer
Daqui não se vai nem se volta
Vê ali, naquela porta?
É a ultima estação

Não leves bagagem
só um pingo de coragem
pra guiar seus passos
romper todos os laços

Na ultima estação
não tem choro
nem desconforto
é tudo canção

Desce que o trem já apita
desce e vai pro final da fila
vai sem relogio ou chapéu
deixe para trás a bolsa de mão

Segue o caminho
pela alma esquecido
deixa falar o coração
o céu é a ultima estação.

Palavra do Dia!



O piano

Ele estendeu os dedos
Tão anêmonas nos corais
e desceu acordes tão graves
tão alma nos fogos infernais

Começou com uma escala
que levou com ela minh'alma
crescendo diminuendo
e eu ia enlouquecendo

suspirou e fez pausa
trouxe paz à minha agitação
pra logo recomeçar
e atingir meu coração

que maquina estranha
divina e diabólica
do inicio ao tacito momento
trilha eterna e histórica

Mas que cena quando ele toca o piano!

Palavra do Dia!


Preto e Branco

Deixa quase tudo no preto
E tudo o que restar no branco
Metade descansa no tormento
O resto respira encanto

Deixo uma linha tênue
Entre a solidão
E o acalanto
deixo tudo confuso
desatento

Largo o chiaro
crio tudo o que é
oscuro
Falo tanto fico mudo

Vejo eu a tua luz clara
Que me bloquei toda a fala
E eu lamento na escura
solidão e te guardo no coração

Sê tormento e eu encanto
Somos nós o preto e branco