“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


terça-feira, 31 de julho de 2012

O que acontece quando um escritor se apaixona por você?


O que acontece quando você se apaixona por um(a) escritor(a)?

Além de você começar a enxergar o mundo um pouquinho diferente, você descobre a imprevisibilidade, os versos deixados nos bolsos da sua calça favorita, o silêncio interminável enquanto ele(a) decifra quantos sorrisos você tem, quais os seus tiques e que seria possivel mapear seu rosto de olhos fechados,tamanho é o fascínio do momento, o temperamento estranho, que ri como se fosse criança pra daqui dois minuto cair no choro pela simples vontade de chorar, pela ansiedade irritante de um ser que não sai do computador ou da máquina de escrever enquanto não escreve o que quer, a revolta e a vontade de queimar tudo e de como ele(a) age querendo se isolar, te ignorando por dias pra depois vir com o jeito estranho de pedir colo silenciosamente, a distância no olhar, a presença no toque, a inconstância permanente e o medo de ele(a) nunca mais falar com você por não ter assistido o filme considerado essencial para vida... Da mania insuportável de ele(a)vagar o olhar por onde passa e sorrir feito idiota, pra depois tirar aquele bloquinho que você não acredita como ainda está inteiro, e escrever por alguns segundos, minutos, porque a ideia não pode se perder...

Mas, o que acontece quando um escritor se apaixona por você?

Seu olhar inchado de sono vai ser retratado como a visão mais linda num conto, sua mania de bater as pernas vai ser lida como a caracteristica de um personagem de uma história de suspense, porque é desse tipo de história que você gosta, o jeito que você caminha vai ser o jeito que o vilão vai caminhar, aquela sua camiseta verde que ele(a) adora vai estar no porta retrato de um dos filhos do casal, em cima da mesinha de mogno de uma crônica, os nós dos seus dedos, tão bem desenhados estarão em um poema, o despertador que apita irritantemente, o jeito como você penteia o cabelo, o fato de você nunca atender o celular e não usar relógio estarão em personagens que você nunca viu,eles não são você, nunca serão você,mas eles terão os mesmos tiques, a mesma risada,os mesmos hábitos alimentares irregulares, a mesma paixão por tal animal, o mesmo ódio por tal tipo de gente, eles terão aquela sua vontade de ser aquele super herói ou justiceiro, e eles serão protagonistas, heróis, vilões, ou o melhor amigo do mocinho, ou apenas um personagem sem importancia, mas que será essencial no desfecho da história, os dentes tão certinhos serão comparados a um farol desenhado numa paisagem pendurada na parede
Você saberá como ele(a) te vê lendo um poema, mesmo que você os ache um saco, tudo bem, ele(a) entende, porque você estará em cada letra, se ele não conseguir lhe dizer que te ama, ou que está triste, num poema ou história ele rasgará seu coração, pedirá perdão inúmeras vezes e fará declarações que ele não consegue fazer cara a cara, ele(a) é sensível, meio maluco(a) e vai se esvaziar de si mesmo pra se encher dos seus olhos, do seu sorriso, e do prazer de ver sua cara quando ele(a) fizer seu prato favorito. Ele(a) vai estudar todos os seus movimentos e mantê-los na cabeça pra usar em um personagem ou dois, ou em todos...


Enfim,se um escritor se apaixonar por você, você pode nunca morrer.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Palavra do Dia!



Mãos

Me estende as mãos, seja cúmplice
Do meu coração
Sorria daquele jeito meio de lado
Que eu te amo assim,calado
Deita em mim os teus beijos
Acende em mim teus desejos
Me abraça só com o olhar
Prometo que não vou lhe faltar
Estende pra mim as tuas mãos
Dança comigo essa canção
Viaja sem querer nas palavras mudas
Que eu escrever
Te sussurrarei versos e alguma poesia
Se jurares ficar na minha vida
Te contarei das paixões e seus sabores
Não vamos contar
Nenhuma das dores
Sem demora diz que me ama
E amanhã o café é na cama
Quero te dormir e acordar
Ver o sol, o teu rosto banhar
Estende pra mim tuas mãos
Que eu não quero mais solidão

Palavra do Dia!



Baile

Um baile de mascara
Mais um sinal
E a porta escancara
Pegue-a pela mão
Conduza até o meio do salão
Um beijo de leve nos dedos
A cintura nas mãos
Faz gritar o coração
Ela nao tem nome
E nem definição
Mal sabe ele que seu nome é paixão
Um passo pra direita
Quando a musica começar, é fácil
Não se atrapalhe
Um pra lá e dois pra cá
Um rodopio pra ficar tudo perfeito
Um aceno ou reverência talvez
Que lhe procure uma outra vez
A multidão jah se espalhou
Um lenço branco no bolso do paletó ela deixou
Mascarada a menina
Pobre colombina
Pra amenizar o amargor
Se apaixonou por Pierrot
Pra quando a dor passasse enfim
Fosse sorrir pro arlequim
No meio do baile de mascaras
Pierrot perdeu seu coração
No lugar o lenço branco
Assinado com um beijo
Uma paixão

Palavra do Dia!



Espelho

Te vejo em meu espelho
Reflexo reverberado e sem jeito
Expressão sonhadora e atonita solidão
Fragmentos coloridos
Me rasgam a carne e o vestido
Reflexo torto e cheio de defeitos
Só mais um fantasma
Tendo em frangalhos o peito
Essencial virtual
Personagem irreal
Te vejo no espelho
É esse meu reflexo
E enfim tenho medo

Palavra do Dia!


Vou-me

Eu vou me embora
Vou juntar meu pouquinho de sonho
e bem no fundo da mala,
guardo aquele mais tristonho

Vou-me pra onde o coração couber
abrigar-me onde der
Deitar a cabeça em uma pluma de esperança
sonhar que eu volto a ser criança

Vou-me pro lugar que o caminho me levar
pro coração poder descansar
pra nenhuma lágrima derramar
e pro sono esperar

Vou-me pra nunca mais voltar
vou sem nem ao menos te abraçar
que sua ausência não seja sentida
que eu vou por não ter lugar em tua vida

Palavra do Dia!


Ursinho

Me deixa ser seu ursinho de dormir
pra te abraçar quando se sentir só
pra chorar quando a garganta der um nó
e te amar sem você sentir

Deixa eu ser refúgio dos seus medos
poder te velar com meus grandes olhos de vidro
deixa eu de algum jeito ser seu abrigo
e te emprestar os ouvidos pros seus segredos

Deixa eu ser herói no seu pesadelo
Derrotar monstros com escudo e espada
Pra você acordar na gargalhada
E ver um sorriso no espelho

Deixa eu ser anjo e fada
Que te protege e afaga
Pra quando você acordar
Sorrindo calada me encontrar

E se você crescer,
sempre existe o anoitecer
Se me deixar pra juntar pó
Volta quando estiver só

terça-feira, 3 de julho de 2012

Devaneios

Simples assim


Amar seu olhar
seu cheiro
e esperar você voltar


Amar seu cabelo
tua barba mal feita
te enxergar no meu espelho


Amar suas mãos
e nelas entregar
de vez meu coração


Amar teu caminhar
correr pra janela
pra te ver passar


Amar teu sorriso
e ainda mais
quando sorri comigo


Amar teu jeito de dormir
sonhando acordada
te velando daqui


Amar tua alegria
e desejar com força
tuas conquistas


Simples assim