“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Devaneios...


Teu olhar.

E foi só olhar pros teus olhos,
Que eu quis ficar mais tempo...
Quis fazer planos com você.

Quis ter mais tempo pra abraçar você,
Quis sentir teu cheiro,
Quis esquecer toda a dor.

Foi eu sentir o teu abraço
Que eu esqueci de todo o cansaço
Que eu esqueci toda a dor que machucava minha alma

Foi em você que encontrei calma

Foi olhando pra você que eu quis viver mais e melhor
Foi olhando pra você que eu quis ser o motivo do teu sorriso
Foi olhando pra você que eu quis nunca mais deixar de te olhar.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Devaneios...


Arlequim foi um dia Pierrot.

Arlequim desmascarado
Malandro apaixonado
Chora por amor e com dor
Transforma-se em Pierrot

Menino arrependido
Teve o coração por fim abatido
Quer tomar o violão
E cantar sua canção

Rapaz, pelo amor abandonado
Teve o gracejo negado e o sorriso apagado
Corre na chuva
Cai no mar, vira bruma

Homem já feito
Vestido de defeitos
Como pode acabar tudo assim
Pierrot foi um dia Arlequim.

Palavra do Dia!

BAILARINA

Pliê, Ampliê, Elevê
Menino, essa valsa é pra você

(1,2,3,4) An, Dê, Trruá, Cá
Menino, eu nasci pra te namorá

Cinco,seis, sete e oito
Menino, eu bailo pra esconder meu coração afoito

Levanto os braços
Menino, quero estar em teu laço

Flexiono o joelhos
Menino, olho nos teus olhos, meus espelhos

Rodo, uma, duas, e rodo mais uma vez
Menino, por ti se ilumina minha tez

Danço, agitando meu véu
Menino, em ti encontro meu céu

Danço, mexendo a minha mão
Menino, és dono do meu coração.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Palavra do Dia!


Janela

Daqui da minha janela
Tenho como paisagem uma parede branca
Um jarro de água de um lado
e do outro lado, uma santa

Daqui da minha janela
Não posso sair para ver o mundo
Nada me macula, nenhum gesto de ajuda
Não ouço nem meu coração, tudo é mudo

Daqui da minha janela
Sinto-me em torre enclausurada
Sem herói nenhum a vista
para salvar a menina enjaulada

Daqui da minha janela
Não vejo flores nem tenho amores
Não posso voar pelas montanhas
Fico eu e minhas dores

Daqui da minha janela
Fico aquém de qualquer sorte
Imersa em solidão e tudo que há nela
Espero com pesares meu consorte

Daqui da minha janela
Fecho os olhos como em preçe de criança
Voltar para casa
Essa é minha única esperança.

domingo, 24 de abril de 2011

Devaneios...


Forma de Amar.
Se a respiração falhar
eu prometo deixar de te amar

Se os dedos trêmulos não conseguirem mais te acariciar
Eu prometo deixar de te amar

Se a dor não deixar eu me levantar
Eu prometo deixar de te amar

Se meus olhos cansados não conseguirem te fitar
Eu prometo deixar de te amar

Se a boca seca não me deixar cantar pra te ninar
Eu prometo deixar de te amar

Se meus braços sem forças não conseguirem te abraçar
Eu prometo deixar de te amar

Mas se os olhos fecharem sem nenhum aviso
Se a boca calar a canção sem deixar nenhum ruído
Se as mãos nunca mais puderem te tocar
E a minha poesia enfim cessar

Deixo-te tudo como presente
Essa é a minha forma de te amar...

Devaneios...


Chão

Pobre do palhaço
Que vê sua doce bailarina
ir embora

Pra sempre? pra sempre?

Bendito o palhaço
que tem as mãos atadas pela solidão
E ganha asas pela poesia

Fica livre? fica livre?

Foi ontem que os sonhos começaram
O infinito é o fim das ideias
o gole é o que arde

dói o coração? cala a linda canção?

As mãos cavam a terra dura do coração amado
Procura-se água, tesouro escondido
A água é lagrima, sangue da alma

machuca os dedos? livra do medo?

E o pobre palhaço deita na sarjeta
sem cama pro cansaço do coração
Sonha com o seu final feliz

Fica sem chão

Devaneios...

VERMELHO

A marca do batom vermelho
Ficou no lençol

E o olho que brilhava pequeno
dilatou, foi farol

Foi o vermelho do sangue que correu
O corte no pulso que o braço aqueceu

Foi o vermelho do amor que marcou
A lágrima do olho que secou

Foi a rosa que no inverno desabrochou
E o canto que era sincero, no vermelho se calou

Devaneios...

MANTRA

Vou cantar sem palavra nenhuma
O mantra que eu inventei
Que ameniza qualquer dor
Que faz mágica e tudo se apruma

Vou rezar em notas e silêncio
Tudo o que escrevi com esperança
Tudo o que ficou como lembrança
Como cartilha, meu compêndio

vou pedir sem choro ou lamento
Pra me dar um rastro teu
Dou por pagamento o coração meu
Ou o que mais seja a contento

Vou silenciar com palavras
aquelas que eu sempre quis dizer
Que viraram mantra da nossa história

Palavra do Dia + Devaneios...


Só mais uma palavra
Pra dizer
Pra pensar
e refletir

Só mais um gesto
Pra lembrar
Pra reviver
e esquecer

Só mais uma vez
Canta
Dança
e vai embora

Só mais um minuto
Pra calar o que foi dito
dizer o que quer q seja esquecido
e pensar no q poderia ter sido

Só mais uma chance
Pra tentar
Pra errar
e enfim enfrentar

Só mais um gole
Da bebida
Do beijo
e de desejo

Só mais um luar
pra eu ver o sol raiar
e enfim perceber
que não estou só...

sábado, 23 de abril de 2011

Devaneios...

Permissão,

Peço a sua licença
Pra rasgar em tua presença
O meu pobre coração

Peço que escute minhas palavras
Se quiseres conto-te anedotas
E não espero nada além de atenção

Peço um sorriso sincero
Pode ser o mais singelo
Mas escute a minha canção

Peço que não se aflija
Não será uma canção sofrida
Se quiser rir, ria!

Peço que atenda esse meu desejo
Que por ser de desapego
precisa de sua permissão!


Devaneios...

PELE

Cuida de mim?
Aquece meu coração
Canta aquela canção alegre
Encosta na minha a tua pele

Cuida do eu?
O eu que é oculto e explícito
O Eu que te ama
E é sem nenhuma gana

Cuida do você?
O você que eu não conheço
O Você que tão risonho
Me escondeu tantos sonhos

Cuida de nós?
O nós que não existe
Mas o nós que nos força a vontade
O nós que não é mais que amizade.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Palavra do Dia!

CASO

E esse nosso caso
Um dia há de terminar?

Tendo você no colo, comigo te amando
E você dormindo, e não me notando?

Tendo tuas mãos entrelaçadas as minhas
E você me contando suas outras alegrias

Tendo teus dedos a me afagarem os cabelos
e tu sem saber dos meus desejos

Tendo tua barba a me roçar o pescoço
E eu sonhando contigo, menino moço

Tendo teus lábios a me fazer arrelias
Sendo os teus carinhos minhas maiores alegrias

E esse nosso caso
Um dia há de se concretizar?

Devaneios...



Hoje o baile é de gala!

Hoje o baile é de gala
Ele tão lindo brilha e brinca com a Lua
E eu escondida, sonho com a minha vida na tua


Hoje a noite está tão silenciosa
A cada tropeço vem a tua mão tão generosa
Me tirar de uma fantasia tortuosa


Hoje aquilo que eu tanto amei
Me dá adeus sem nem olhar pra tras
E eu fico com essa dor tão fulgaz


Hoje aquilo que eu nunca fui
Me cospe na cara verdades da vida
E ele sorri dando sinal de partida

Hoje aquilo que eu grito
Me sufoca a garganta
mata toda a saudade, que era tanta

Hoje o baile acabou
Ele que brilhava me deu as costas
E eu fico com as dores que me sãoimpostas.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Palavra do Dia...


Caos

Me revelo a você assim
Sou a fusão e distinção dos opostos,
Sou o Caos e a tua calma,
Sou a música que brota da tua alma,
Sou o vento que em brisa destrói e o tufão que vem te afagar
Sou aquilo tudo que respira, aquela roda da canção, que gira
Sou aquilo que mente sobre tudo o que deveras sente,
Sou a extensão do teu sorriso, de lágrimas e risos um abrigo,
Sou chuva que molha, espinho que incomoda,
Sou o dedilhar no violão, tudo aquilo que te toca o coração
Sou a força de uma flor e a fragilidade do ferro que causa dor
Sem ter mais como me conter
Assim me revelo a você.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Carta da Colombina arrependida.


"Meu amado Pierrot,
Quem te escreve hoje é aquela que tanto amaste e que retribuía esse amor em parte, e que hoje
chora a cada vez que percebe que te perdeu,

Sim, sou eu, a tua Colombina, hoje tão arrependida, via-te em todos os bailes de carnaval, via-te verter lágrimas por seus lindos olhos, mas sentia que eras feliz.

Quando a quarte feira de cinzas acabou e o carnaval enfim cessou, depois de ter dançado a noite quase inteira contigo meu amado, vi-me nos braços do belo Arlequim, minha boca que antes ficava aberta quando tú começava a declamar-me suas poesias, pedia por um beijo do galante Arlequim, meu corpo que antes parecia ser levado as nuvens com o teu tocar, pelo teu embalar, pedia pelo calor dos braços dele, mas a cada toque, a cada beijo, ardia meu peito de saudade de ti, minha boca sedia por um beijo seu, aquele mais suave, meu olhar clamava por um olhar teu, palhaço tristonho, depois de ter julgado imensa traição a ti meu amor, não atrevi-me a procurar-te novamente, mas todo carnaval, voltava para onde sabia que tú passaria, via então o teu caminhar sereno, meio ébrio, meio choroso, e quando meu coração ardia de vontade de lançar-me em teus braços, o corpo de Arlequim me segurava,

Assim passaram-se os anos meu amado Pierrot, teu rosto permeou meus pensamentos a cada dia, a cada noite, a idade veio avançando, ainda insistia em encontrar-te nos carnavais, via-te chorar as vezes, era quando mais queria correr-lhe e te abraçar, mas as rugas já me tomaram o rosto, não me reconhecerias mais, o corpo esbelto de bailarina ficou guardado no colã da fantasia e nas fotos que hoje me entristecem, tua Colombina já não é mais uma menina, hoje é mulher casada, e o galante Arlequim se tornou um velho pançudo e careca, que não gosta mais do Carnaval, que passa os domingos bebendo e que não consegue formular a menor poesia...

Hoje meu eterno Pierrot, voltei para o nosso carnaval, mas ao invés de folia, via os foliões entristecidos, com lágrimas nos olhos, gestos tão sofridos, continuavam a dança de forma vagarosa, e aquela menina no canto, parecia-me tão chorosa, via mulheres cochichando, homens com garrafas nas mãos se lamuriando, ouvi então meu amado, daquele bêbado que andava meio de lado, que tú partiste desse mundo, e que como último pedido, resolveu se despedir dos seus em pleno carnaval, eram aqueles desconhecidos, de fantasia e máscaras a tua família, aqueles com quem podias chorar e sem ninguém perguntar o porque, e somente te acolher, vi tua esquife no centro do nosso salão, vestido ainda como o amado Pierrot, a lágrima no rosto, mas um sorriso nos lábios, aquele sorriso tão sereno, que me encantou, e também a todos que te viam brincar no carnaval.

Meu amado, quis tanto te tirar a tua máscara, descobrir quem eras de fato, mas tive medo, do Pierrot que eu conheci morrer e se mostrar apenas mais um Arlequim, tenho certeza que estás indo brincar o carnaval no céu, onde se a quarta feira acabar, o carnaval passar, a brincadeira vai continuar, tua alegria você continuará a espalhar...

Pierrot, pierrot, que tanto chorou por Colombina, esta que hoje te escreve arrependida, sabendo que essa carta nunca irás ler, mas que diz, assim que a quarta feira acabar, o carnaval mais uma vez passar, contigo no céu uma Colombina arrependida, aquela menina, bailarina, vai dançar.

Tua Colombina arrependida.

Devaneios...


Se eu olhar para trás
Verei você a me acenar
Com lágrimas e sorrisos
Me pedindo pra ficar?

Se eu olhar para baixo
Verei todos os meus passos
Perdidos,seguindo o desconhecido
Com histórias entre os espaços?

Se eu olhar para frente
Verei o Sol alí nascente
Correrei sem tropeçar
Buscando um novo recomeçar?

Se eu olhar pros lados
Verei meus sonhos tão exaltados
Os amigos que me esqueceram
E os que nunca me entenderam?

E se eu fechar os olhos
Terei na lembrança,brincadeiras da minha infância
Meu coração enfim libertado
E terei você ao meu lado?

Devaneios...


Escrevi uma canção...
Sem melodia, ritmo ou letra

Era feita de silêncio
Assim como eu, dos pés a cabeça

Escrevi então uma estória...
Sem herói, mocinha ou bandido

Era feita de tristeza
Assim como eu,triste e oculta em beleza

Escrevi então um poema
Sem rima, cadência ou coerência

Era feito para mim
Assim como eu, que chego ao fim.

Devaneios...

E se a máscara quebrar?
Menino, você não vai mais brincar?

E se a brincadeira chegar ao fim?
Menino, o que vai ser de mim?

E se o sonho não se realizar?
Menino, eu vou poder chorar?

E se a vida não me quiser mais?
Menino, eu poderei voltar atrás?

E se ninguém no último ato, me aplaudir?
Menino, por favor, continue a me sorrir...

Devaneios...


É um coração que bate
É a música que se cria
O lenço que voa da mão dela
Enquanto ela vê a vida da janela

É o assovio que ecoa
É o sorriso no meio da rua
O beijo que ela sonha ganhar
Enquanto espera, ela vai cantar

É o medo que faz tremer
É o frio que atormenta o corpo
O abraço que doa calor
Enquanto ela chora por amor

É a mão que espalma
É o espelho que reflete
O sorriso que ela quer ver
Enquanto descobre o que quer ser

É a Lua que brilha no alto
É o vento que corre no planalto
O medo que ela diz que sente
Enquanto por amor ela mente.

Devaneios...


É distante...
Qualquer coisa que aqueça
Qualquer amor que apareça

É frio...
Todo sentimento calado
E aquele abraço tão desejado

É vazio...
Todo o caminho percorrido
O que resta de um coração sofrido

É vida...
Tudo aquilo que respira
Toda a emoção sentida

É beijo...
O frio sentido na barriga
Reconciliação para qualquer briga

É amor...
Ver abraçados o Sol poente
Da vida, o maior presente

Devaneios...


Coração

Com você meu coração sai do tom
Investe e se esquece
Magoa e perdoa
Corre e se assusta
Mas volta chorando
Te busca

Com você meu coração sai do ritmo
Perde a batida
Mera arritmia
Pede colo
Fecha os olhos


Com você meu coração perde a noção
Já não sabe se vai ou se fica
Esperança intrínseca

De ser todo meu teu coração.

Devaneios...

Você não me deu as palavras, elas já estavam comigo, mas elas acordaram com você...

Elas me disseram o quanto o mundo é maravilhoso, e eu apenas olhava pela janela.
Meu mundo, meu quarto, é a minha prisão, mas as palavras são as asas que eu criei com pena.

Sou eu, um pássaro enjaulado a beira de um precipício, que quer voar, seguir com o vento, quer cantar aquela música que eu nunca ouvi.

Essas lágrimas que me sufocam, essas dores que me queimam
A pele que arrepia, o som que me guia.

Essa distância definitiva que ainda me faz te querer
Sou nada, resumo de tudo, sou escrava, mas dona do mundo.

Você não me deu as palavras, mas elas só me dizem o quanto dói ficar sem você.