“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


sábado, 17 de março de 2012

Palavra do Dia!

Acaso

Será que foi por acaso
Que eu encontrei o teu olhar?
Eu que fugia tanto
de me apaixonar?

Será que foi por acaso
que sonhei com teu beijo no meu?
eu que nunca
tive nada de meu?

Será que foi por acaso
Que eu sorri sem parar?
Pois seus olhos, da cabeça
Não conseguia tirar?

Será que foi por acaso
Que cruzaste meu caminho?
Eu que sempre chorava
Por meu coração bater sozinho?

Palavra do Dia!

Partida

E ao partir, não esqueça de fechar bem a mala
Pra nenhuma lembrança ficar de fora
Se encontrar alguma lágrima nossa
Por favor, enxuga sem demora

Ao partir deixa meu sorriso
E o coração em cima da mesa
Leva algumas cartas e deixa
a esperança, naquele altar, acesa

Quando sair, faz favor de ir sem bater a porta
Não quero te ver me dando as costas
Não quero pensar se você se importa

Não deixe endereço, nem telefone pra recado
Se esqueceu algo, deixa escondido pra eu não encontrar
Posso querer você de volta,do meu lado.

domingo, 11 de março de 2012

Palavra do Dia!

Barco à Deriva

Um toque em seu rosto
Barco à deriva
Sou eu no teu corpo

Me perco
Me encontro
Na curva do seu pescoço

Me acho
Me agrado
Sempre que estou ao seu lado

Me questiono
Me abandono
Como folha em tempo de outono

Desabafo
Me relaxo
No calor do teu abraço

Mergulho sem alternativa
Navego até o fim
Me entrego assim
Sou barco à deriva de ti.




quinta-feira, 1 de março de 2012

Palavra do Dia!

Rock'n Roll

Quando eu era menina
Sapeca e sempre levada
Papai tão cansado, me punha pra dormir
Ouvindo rock'n roll

Um daqueles que falava de amor
De sonho e de dor
Pra que eu dormisse tranquila
e sonhasse sem temor

Quando menina virei mulher
Triste e solitária
Via meu pai dormir
Ouvindo o velho rock'n roll

Vai chegar o dia
E há de ser o dia
Papai vai me ver brilhar
Cantando o nosso rock'n roll

Palavra do Dia!

Memórias

Resolvi escrever minhas memórias
Tirar a poeira das fotos
Que eu tirei só com o olhar
Desvendar minhas incógnitas

Resolvi pôr no papel
Tudo o que vivi
Dos medos e vergonhas
e as poesias que escondi

Pude sussurrar
Ao vento
E pra quem mais estivesse atento
disposto a me escutar

Resolvi escrever minhas memórias
Mas por não ter nada interessante pra dizer
Pra que eu vos pudesse entreter
Resolvi criar minhas próprias histórias.

Palavra do Dia!

Sabor

Minha boca na tua
As mãos na carne nua
O sabor que é só teu
Desejo no peito meu

A saliva se tornou salitre
Escorreu pelos cantos da boca
Afogou os sentidos
Calou a voz já rouca

As mãos espalmadas
A carne saciada
Passos na escada

Meu olhar refletido no seu
O segredo contido
De você ser todo meu.

Palavra do Dia!


Sempre te vejo
E nunca me atrevo
A lhe falar
Seus olhos, seu sorriso
deram um jeito de me encantar

Então te ví chorando
Eu passava cantando
Mas o medo q tenho dos seus olhos
Não me deixaram parar

Nesse dia quis tanto te abraçar

Foram seus olhos
Seu sorriso
Que deram um jeito
De me encantar.

Palavra do Dia!

Ela

Lá vai ela
Toda de branco
Seu vestido, seu olhar
Que encanto!

Lá vai ela
Só mais um passo
Rumo ao altar
O céu hoje vai cantar

Lá vai ela
É só dizer o sim
E ela será dela
Só os dois, até o fim

Lá vai ela
Uma valsa pra selar
Dois pra lá e um pra cá
É hoje que ela vai se casar.

Palavra do Dia!

Vazia

A cadeira vazia
Ela costumava sentar ali
Eu juro, eu me lembro
Era quase sempre assim
Era sempre de sorrisos
Estava sempre de vestido
Seda, brim e algodão
Mas lindo mesmo
Era o seu coração


À vó Aparecida.

Palavra do Dia!

Metade

Algo existe dentro de mim
Que se divide
Um tanto de bicho
Outro de anjo

Uma metade que se eleva
Outra que quer ficar no rastejo
Uma que quer amor
Outra que só causa dor

É um lobo que baba
Faminto por carne fresca
E um cordeiro que chora
Pedindo uma chama acesa

Uma metade que aquece e edifica
Mas também é frio, a qualquer toque, trinca
De idoso carrancudo
E que criança também brinca

Metade de mim
Se funde com tudo que há
E a outra metade
Continua a procurar seu lugar.