“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


domingo, 28 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Vento
O vento sopra uma doce canção
Que quem não ama não consegue escutar
Se você já amou ouça com atenção
Que o vento não se faz calar

Feche seus olhos e apure os sentidos
Pense no seu amor tão querido
Se ele te abandonou não se entristeça
Ame-o,não importa o que aconteça

Suba no prédio mais alto
Fique bem na borda
Quando o sol brilhar em seus olhos
Não tenha medo de pular

O sonho te dará asas
E te levará para o paraíso
A virtude de quem ama é não ter tanto juízo.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Palavra do Dia!



Envolve-me mormaço abrasador e impiedoso
afoga-me água que cai dos céus e rola pela face
embriaga-me perfume alcóolico e sedativo
mata-me amor cruel e diabólico

Mata-me,joga-me no poço mais fundo...
cobre com a terra das amarguras que sofri
rega com todas as lágrimas que chorei
planta as sementes do amor que tive que conter
decompõe meu corpo que um dia respirou...
conta pro vento todas as história que vivi
pra que cheguem aos seus ouvidos todos os males que passei...

canta,canta minha alma
canta com todas as notas que aprendeste
canta com os olhos,com o corpo,com o vento
canta com o que que te restou..

domingo, 14 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Dorme

Dorme enquanto eu velo teu sono;
Dorme,que eu sonho acordada;
Esperando um dia ser amada.

Dorme,dorme que o sol já se pôs;
E a Lua mansa e brilhante;
Se despede de seu amante.

Dorme,que a dor passa;
Dorme,que a lágrmia seca;
Dorme,que o sonho começa.

Dorme,que as palavras já não valem mais nada;
Dorme e alcança a paz tão desejada;
Dorme,que a morte é tua aliada.

sábado, 13 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Guarda

Guarda minha alma
Na caixinha mesmo em que eu te dei
Por essa alma ser tão danada
Por favor,não a mostra a ninguém

Se um dia ficares triste
Lembra da caixinha e abre-a
Minha alma vai brincar,dançar e rodopiar
Pra quando sorrires ela brilhar

Nas noites sem Lua
Ela será amiga tua
Se a lágrima ameaçar a cair
Creia-me,ela fará de tudo pra impedir

Mas se um dia se esqueceres dela
E a caixinha nunca mais abrir
Pequenininha pequenininha ela vai ficar
Mas não vai sumir,nem sequer te abandonar

Então,guarda minha alma
que ela já não é mais minha
Ela agora é daquele
A quem eu dei a minha vida

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Mar
Lançaste teu corpo ao mar
Pulo,na esperança de te alcançar
O baque.Nossos corpos batendo nas águas do mar.
Sinto as águas atrás de nós,correndo a nos abraçar.
Silêncio.Ouço corações batendo.Ouço a minha pulsação.
Abro os olhos...lá está você coração.
Inerte,de olhos abertos,flutuando sobre a imensidão.
Corro,ou melhor,nado em sua direção
Ao chegar na superficie,quero ouvir de novo sua respiração.
Te alcanço,te abraço,num susto você desperta,me reconhece e me abraça.
Vem,sobe comigo,me dá mais uma chance amigo.
Ao olhar pra superficie,vejo rostos conhecidos.
Ela te espera,o que há comigo??
Te seguraram,te abraçaram e beijaram...
mas quantos,quantos atrás de você pularam??
Me estendes a mão..num sorriso,mergulho para o meu abismo.
Não grita,me deixa ir sem a sua voz me chamando...
foi por ouvi-la que soube que estava amando...
me deixa ir...
e você??
fica parado bem aí...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Diferente.

E então ao ver a luz dos seus olhos..assim tão perto de mim...
Foi como se o sol aparecesse vagarosamente...expalhando no céu
tons de laranja,rosa,vermelho como se tivessem sido distribuidos graças a uma explosão...
e ao me sentir nos seus braços,assim me abraçando tão forte...
foi como se o vento virasse ventania,não deixando nenhuma alma inimiga
com maldade nos tocar
e ao sentir teus doces lábios tocando assim os meus
senti que a vida era diferente
e que a morte é que tinha medo da gente...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Palavra do Dia!


Mostra-me
28/05/08

Seus olhos me dizem tanta coisa...
Tanto que é quase nada minha palavra.
Eu,que floreio tanto pra falar de Amor
Tu,que me calas com o olhar pra mostrar tua dor.

Meus lábios inúteis e aqueles sorrisos tão fúteis
Não servem para os beijos que te guardei
Mas olha nos meus olhos,que tanto tem pra chorar
E acredita,acredita no verbo Amar

Se teu pranto secou
Não enxuga a última lágrima que rolou
ela me mostra o quando amou

Se teu Amor,hoje tão racional
Perder enfim a razão
Mostra-me, como um dia foi teu coração.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Eliza...


E lá ficou ela...
Sentada numa cadeira ao lado da cama onde repousava o marido moribundo.
Amava-o tanto que doía vê-lo daquele jeito,tão pálido como as folhas dos livros da estante que lia para que ele dormisse,tão morto quanto o céu,que acinzentado dividia com ele seu tormento.
Tinha nos olhos um vazio tão grande quanto a dor que ela sentia,seus gemidos dolorosos enchiam a casa e quem ouvia de fora jurava que esta era assombrada.
Ela fechou o livro,levantou-se da cadeira,aproximou-se dele,puxou a colcha que o cobria,ajeitou-se dentro dela,colou seu corpo ao dele,e pousou sua cabeça de cachos negros e abundantes sobre o peito tão enfermo.
O coração dele batia tão forte que era quase possivel ver a cabeça dela se mechendo por conta dos batimentos.
Ele com muito esforço levantou a mão,pousou-a sobre os cachos longos e negros de sua amada,respirou fundo e sussurrou:
-Eliza,Eliza,minha pequena,olha...olha para a foto.....pra foto...ali.. na mesa,dá pra ver daqui...e sua voz falhava,ele fazia pausas,arfava fortemente,respirando com muita dificuldade.
-Foi no verão, não foi John? disse a menina levantando os olhos para seu amado.
Então ela fechou os olhos e transportou-se para um Verão.
Tinham acabado de se casar,ele de boa familia,ela, pobre moça do campo, trabalhava no casarão vizinho ao da familia Smith,a dele.
Encontraram-se no riozinho que servia como fronteira das duas propriedades.
Ali sentaram,cada um numa margem e conversaram até anoitecer.
Apaixonaram-se enfim,conversaram todos os dias durante um mês, até que ele se declarou, e ela também,escondido dos pais, o rapaz comprou uma propriedade,anunciou o casamento,onde só compareceram os pais de Eliza e os criados da casa que o viram crescer.
Seu pai,possesso,rogou-lhe uma praga na praça da cidade,para todos os que quisessem ouvir e até para os que não queriam,trancou as portas da casa paa o filho,a mãe de desgosto e angústia pela atitude do marido e pela saudade do filho adoecera gravemente,chegando a falecer alguns dias depois.
Sentaram-se no jardim,ainda sobravam algumas flores da primavera,estavam sentados num banco,embaixo da macieira que ela tanto adorava e lá foi tirado o retrato,que agora estava encima da mesa.
Ela pousou sua cabeça sobre o peito dele e sussurrou:
-John
-Diga Eliza. e ela fez silencio e depois repetiu:
-John
-Uhn,respondeu ele de olhos fechados sentindo a brisa.mas ela não respondeu,ele abriu os olhos e fitou-a
-John,disse ela levantando os olhos na direção dele.
-Diga Eliza.
-Você vai sempre me responder quando eu chamar?
-Claro Eliza.E eles fecharam os olhos e ela voltou para o quarto...
-Ali eternizamos nosso amor,disse John com dificuldade.
Ela sorriu,e ainda de olhos fechados,lembrou-se do resto do verão,quente,as limonadas geladas que a faziam rir quando ele fazia caretas,as sestas na varanda,quando se aproveitavam de alguma brisa que passasse para amenizar o calor.
Os banhos de rio,em que ela pegava o marido olhando-a fixadamente,sentia-se envergonhada,mas não queria que mais ninguém estivesse ali além dele.Depois do banho,deitavam-se na grama e observavam a noite cair,as estrelas surgirem,sentia-se orgulhosa com a noite,porque ele escolhera a estrela mais brilhante e dera o nome dela de Eliza,e então quando ficavam assim ela pedia que ele lhe mostrasse onde estava a Eliza do céu.
Foi o melhor verão que tiveram em toda suas vidas,e era o último.
No outono,ele caiu adoecido,febres absurdamente altas,dores que faziam com que ele se contorcesse na cama,e Eliza,sempre estava ao lado dele,quando ele dormia,e ela sabia que era por pouco tempo,ela saía do quarto,ia até a biblioteca,logo ao lado e chorava baixinho,afim de que ninguém ouvisse seu pranto,e logo voltava para junto dele,serena,com um sorriso no rosto que o faziam sorrir.
E contava para ele histórias que tinha ouvido quando criança,cantava as cantigas antigas que aprendera com sua avó,e ele a olhava,com um olhar febril, e sorria,escondia-se da vista dela quando alguma lágrima teimava em cair.
O Outono terminou e com o inverno,as dores dele e as dela chegaram de forma bruta.
Ela abriu os olhos,voltando para o presente,enxugou as lágrimas que caíam,tentando fazer com que ele não as percebesse,levantou-se,foi até a janela,abriu-a e disse:
- O inverno está para acabar,as flores nascerão bonitas este ano.
-Eliza,vem pra junto de mim,disse ele,que havia cochilado e sentindo a falta do calor da esposa despertara.-Sempre olharei por você minha pequena,nunca estará sozinha.
-Não fale assim John,você prometeu que ia procurar a primeira flor que desabrochar nessa primavera.
-E iremos Eliza,deita aqui que quero te abraçar. Ela caminhou até ele,aconchegou-se no colo de seu amado e então ele com muito esforço,cantarolou uma canção que ela nunca tinha ouvido:
-Eliza,Eliza,menina pequena
Que por sorte encontrei em minha vida...e vendo que ela sorria,fechou os olhos buscando alguma letra para continuar...Abriu os olhos e depois de cantar algumas linhas,parou,viu Eliza abrir os olhos,curiosa para que desse continuidade a musica.
Ele aproximou a cabeça dela a seu peito e disse:
-Consegues ouvir meu coração, meu anjo?Repara bem e você pode ouvir claramente ele chamando teu nome,não,não me olhe assim disse ele vendo os olhos de Eliza se encherem de lágrimas,feche os olhos menina,ouça..E-Li-za,E-Li-za,E-Li-za,E-Li-za...e o coração dele foi chamando seu nome cada vez mais devagar,quando já chamava-a lento e baixinho ele disse em seu último suspiro:
-Viva...
ela apertou seu rosto contra o peito dele para tentar ouvir seu coração chamando-a,ela levantou-se,chacoalhou-o,gritou seu nome,bateu em seu peito,mas sem resposta.Gritou amargamente,e os criados,ouvindo-a,correram até ela,seguraram-na e uma das criadas abraçou-a fortemente enquanto ela gritava e chorava enquanto via um criado preparava o corpo.
O coveiro foi chamado e a cidade inteira tomou conhecimento da morte do rapaz.Em poucas horas,o enterro estava preparado,todos os convocados já estavam dispostos no salão do casarão e Eliza observava o caixão de um canto da sala.
Chorava baixinho e assoviava,com o que lhe restava de ar entre os soluços a musica que ele fizera em seu leito de morte.O pai dele entrou na sala de sopetão,lançou os braços sobre o caixão do filho e chorou,chorou alto e amargamente,que Eliza sentiu pena,aproximou-se dele,pousou sua mão sobre seu ombro e ele olhou-a,num misto de ódio e de dor,afastou-a e saiu porta a fora.
Depois do enterro,Eliza voltou para o quarto,o cheiro dele estava por toda a parte,sua risada ecoava por todos os corredores,ela ouvia-o chamando seu nome,corria até o quarto pensando que tudo era sonho,mas encontrava-o vazio.
Dizem que Eliza despediu todos os criados e se trancou em casa,com suas lembranças,a ultima vez que saíra de casa e ninguém a reconheceu,foi no enterro do sogro,que depois de ter visto o filho morto,enlouquecer e se jogou da janela.Foi a última vez que a viram fora dos portões do casarão.
Ela vendo-se sozinha no casarão sussurrou:
-John...e disse mais alto..John...e mais alto..John..e gritou...JOHN..VOCÊ PROMETEU QUE IA ME RESPONDER,PORQUE VOCÊ NÃO RESPONDE...e já sem forças..caiu no chão...
E se parares em frente aos portões e fizer silêncio,pode-se ouvir o vento cantarolando uma canção...e na calada na noite pode-se ouvir um choro de menina e um coração batendo:
-E-LI-ZA-E-LI-ZA-E-LI-ZA-E-LI-ZA.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Palavra do Dia!



Casa
Na minha casa ninguém é sozinho...
tem pobre, mendigo
tem sonho, carinho
Tem rico, nobre
que tem de ouro até cobre
Tem meninas de prendas
com vestidos de renda
Tem meninos levados
tão belos namorados
Na minha casa ninguém é sozinho
porque aqui em casa todo mundo é amigo
Divide sonhos
Conversas
Amor...
Ele cuida de todo mundo...
Aqui em casa todo mundo divide um quarto
e nesse cenário
tem até calendário
paredes de céu
tudo tem gosto de mel
Na minha casa ninguém é sozinho
todo mundo é vizinho
vizinho de berço
onde tem pendurado um terço
Na minha casa ninguém é sozinho.

domingo, 7 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Olhos
Nos teus olhos
Realizei meus sonhos
Nos seus braços
Me senti livre de todos os males

Na tua voz
Ouvi a mais bela música
No seu riso
A alegria do mundo

Nas suas palavras
A poesia nunca escrita e a mais perfeita
No seu andar as nuvens viraram calçada

Acho que te amo
Pois sinto tua falta
Penso que te amo
Pois preciso de você

Ver-te sem tocar-te
Eis a sina de quem ama
E não poder revelar ao amado

sábado, 6 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Vem
Vem comigo vc que agora chora...
Vem que chegou a nossa hora...
Hora de que? Você me pergunta...
Hora de ir embora...
Vem comigo vc que agora chora...
Vem que chegou a nossa hora...
Que agora estamos lançados à morte, temos que mudar a nossa sorte...
Vem comigo você que agora chora...
Porque?
Porque também perdi minha alma...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O que é ser poeta??


Ser poeta não é ser tolo, um pouco louco talvez...
Ser poeta é ser amante, é ser constante...
Ser poeta é chorar em cactos e fazer brotar flores...
Ser poeta é entender a grandeza do amor e saber suportar a dor...
ser poeta é ter o dom de transformar sentimentos em palavras...
Ser poeta é ser tudo e não ser nada...
ser poeta é ser vivo e saber viver...
Ser poeta é saber amar, mesmo se não for amado...
Ser poeta é ser assim como eu, numa luta de sentimentos...
Uma mistura eterna das cores...
O perfume embriagante das flores...
Ser poeta é ser assim...ser poeta é não ser...
Ser e não ser...eis aqui a questão...

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Perder-me-ia...

...Em um alguém que foi sem dizer se voltava,mas deixou saudade e esperança,mas também medo...
...Em um canto escuro no qual choraria minhas magoas em doces e cálidas lágrimas...
...Em um canto qualquer onde houvesse um fio de luz,luz da lua,pra me lembrar dos seus olhos e do brilho que eles costumavam ter...
...Em largos passos caminhados pela rua,na busca de respostas,ou talvez perguntas...buscando algo que não posso alcançar...
...Em ventos frios e tempestades,buscar meu grito,um abrigo,uma flor de trigo..
A chuva molha meus cabelos,enxurrada lavando meus medos,sinto o toque do seus dedos,a me tocar a face,os braços,um enlace,afasto-me do seu cheiro,que aos poucos vai me embriagando,eu não resisto a você,sinto-me perder...
Saudade é a presença ausente de alguém...alguém que foi e que pode não mais voltar..
Perde-me-ia em mim mesma..
Perder-me-ia pensando em você...
Perder-me-ia simplesmente..

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Soneto da chuva

E essa chuva não para
Peço que nunca cesse de cair
Para esconder essa menina que chora
Para não verem a lágrima cair

Essa chuva que tanto tormento trás
Inimiga da podridão humana
lava minh'alma que tanta dor emana
Desses meus olhos de leva e trás

Leva meu pranto
E em troca
Trás meu encanto

Essa chuva que não para de cantar
Peço que agora cesse
E traga um arco-íris pra eu pintar

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Palavra do Dia!



Tormento

Quem es tu formoso dono
deste meu tormento insano?
Me matas vagarosamente
com cada olhar
Me dá medo só de pensar
A noite cai,a lua aponta no céu
Iluminando-nos com seu véu
Enquanto passeamos pela rua
As arvores dançam uma dança nua e crua,
em movimentos mortos e sincronizados
Ao parar e te olhar,
meus labios só fazem calar
Ao me abraçar sinto o seu corpo
tão morto,a mim se encostar
Com os labios a me beijar
bebo esse veneno q estas a destilar
Me matas com cada olhar
com cada beijo mentiroso
Esse seu olhar tinhoso
Que para mim queres lançar
Lança-me nesse precipicio
Que são teus olhos
Afoga-me nesse mar
Que são seus labios
Mata-me com palavras,
Mas me deixa te amar...

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Palavra do Dia!

Suspiros

Ó jovem amante
coloque seu livro de volta á estante
Não entende que nada será como antes?
Seus lamentos não valem de nada
Não terá de volta sua amada
Ela é só mais um corpo inerte junto aos outros
não sentirás mais seu sopro
vem,vem dar uma volta pela rua
vem olhar a lua..
ela a tanto tempo te olha
e só agora vc a nota...
suspira...mesmo que não mude
suspira..