“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Palavra do Dia!


Janela

Daqui da minha janela
Tenho como paisagem uma parede branca
Um jarro de água de um lado
e do outro lado, uma santa

Daqui da minha janela
Não posso sair para ver o mundo
Nada me macula, nenhum gesto de ajuda
Não ouço nem meu coração, tudo é mudo

Daqui da minha janela
Sinto-me em torre enclausurada
Sem herói nenhum a vista
para salvar a menina enjaulada

Daqui da minha janela
Não vejo flores nem tenho amores
Não posso voar pelas montanhas
Fico eu e minhas dores

Daqui da minha janela
Fico aquém de qualquer sorte
Imersa em solidão e tudo que há nela
Espero com pesares meu consorte

Daqui da minha janela
Fecho os olhos como em preçe de criança
Voltar para casa
Essa é minha única esperança.

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