“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


sábado, 15 de outubro de 2011

Palavra do Dia!

Carta

Escrevi uma carta mas não enviei
Falava de sonhos e planos talvez
Chorava um amor que não esqueci
Contava da vida que nunca vivi

Escrevi uma carta mas não enviei
Declarava uma paixão e um sonho também
Uma brincadeira de amor que eu inventei
Com um Adeus no final que eu cantei

Escrevi uma carta mas não enviei
Tinha um coração rasgado em pedaços
Pedia um beijo,me contentava com o abraço

Escrevi uma carta mas não enviei
Por medo da tua resposta
Beijei o papel e depois rasguei.

Um comentário:

  1. Perfeita poesia! O poeta é um tanto adivinho, um adivinho que prevê por observar.
    Ele se alimenta de detalhes e constrói castelos em seu íntimo.
    O poeta é feito de frustração, o poeta é completo.
    O poeta tem essência e se alegra na melancolia.
    Nem todo aquele que escreve é poeta, mas todos que observam,
    Aqueles que se alimentam do exterior e conseguem transpirar tudo em palavras.
    Palavras ditas, escritas, sentidas, faladas por um olhar.
    O poeta é um eterno desconstruído. Muito pouco sabe de si.
    Porque é um polígono de infinitas faces.
    O poeta sofre ao poetizar quese sempre,
    Mas ás vezes recebe poesias que nem parecem ser dele,
    São poesias prontas e ele se assusta ao lê-la depois de escrever.
    O poeta se descreve, o poeta descreve a essência.
    Ao ponto de aquele que o lê se vê ali no poema.
    E quem lê se torna um só com o poema.
    Dois em um, um em um, mistura homogênea,
    Certeza e essência, supresa e presença.

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