“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


sábado, 24 de novembro de 2012

Devaneios...


Sou desajustada sim!

Daquelas bem bipolares... Que chora vendo comercial de margarina e sai batendo o pé quando começa propaganda de supermercado...

Que devora um pote de sorvete de 200g e depois arrependida sobe de 15 em 15 minutos na balança pra ver se o peso continua o mesmo, e olha com revolta até pra folha de alface, como se ela fosse a culpada pelas calorias ingeridas anteriormente...
Que chora ouvindo músicas tristes, mas quando a playlist é alegre, fica revoltada e procura uma música que façam os olhos enxarcarem pra ficar se lamentando depois...

Sou a desajustada que conhece bem os olhares dos próprios amigos pra saber quando não estão bem e que finge ao máximo pra que ninguém desconfie que a unha quebrou ou que tomou um bolo do cara que estou caindo de amores (embora por dentro ainda ache que deva ser indicada pra receber um Amy ou um Tony por ser tão “boa” Atriz (fingidora))...
Sou a desajustada que ingere sem culpa seus comprimidos de estabilizador de humor pra depois bater no peito e dizer que não preciso disso (Ah se soubessem!)
Aquela que se apaixona por alguém uma vez por mês, mas ama um ou dois eternamente... Das pequenas alegrias, das euforias momentâneas e tristezas perenes, das poesias queimadas e prosas frustradas, das sessões infindas com a psicóloga que virou quase meu diário, porque nem eu sei tanto de mim quanto ela... Das manias e loucuras que todo mundo tem um pouco, santidades e atrocidades pessoais e intransferíveis como bilhete único e RG.
Dos amigos de conto de fada e operetas que ninguém assistiu, dos choros e velas que esqueceram de apagar, dos perfumes e crises que esqueceram de pintar, das cores e figurinos que ainda não vestiram no camarim...
Da desajustada que tem certeza que ninguém mesmo é tão normal... E que parece ser tão feliz assim!

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