“A poesia não se entrega a quem a define.


Mário Quintana


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Palavra do Dia!

Mudança 


Estou de mudança

Não de casa, rua, bairro ou afins

Estou de mudança de mim


Empacotando todas as velharias

Um museu talvez gostaria


Lágrimas engarrafas

Poesias empoeiradas


Sonhos mofados

Desejos quebrados


Se nenhum museu os quiser

Deixo-os numa estrada qualquer


Mas de velharias

Sempre fica uma lembrança da qual se ria


Deixo a em folhas de papel

Que não amargam nem escorrem mel


Deixo-a em cima da escrivaninha

Para que quando eu me for não sinta a dor minha


Fecho a porta de um coração que foi vazio

E agora de tão cheio não cabe dor ou frio


Vou sem rumo, aqui, ali ou nos confins

Finalmente fiz mudança de mim!

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